Secretário de Educação, HP, garante piso a partir de abril e mantém a mesma carga horária em março |
Em audiência com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), realizada nesta segunda-feira, 16, os secretários de Estado de Educação, Helenilson Pontes, e Administração, Alice Viana, propuseram a entrega do estudo para o pagamento do piso nacional da categoria no mês de abril, após a revisão do processo de gestão relativa à lotação dos professores.
De acordo com números apresentados pelo Governo, de um universo de 23 mil professores, apenas 12 mil estão em sala de aula. Ainda segundo o Executivo Estadual, seis mil professores desenvolvem atividades administrativas ou estão lotados em outros órgãos.
Observe abaixo os
principais pontos debatidos de acordo com o Sintepp
Eleição
direta para direção de escola
O governo afirmou que
reconhece a lei nº 7.855, de 12/05/2014, e irá nomear os diretores eleitos em
que o processo foi feito de acordo com o que estabelece a referida lei e deverá
apresentar uma minuta de portaria ao Sintepp estabelecendo prazos para que
sejam realizadas eleições em todo o estado a partir de abril para as escolas
que estão aptas, tendo agosto como prazo para as escolas que não estão dentro
dos critérios exigidos pela lei, sendo que estas terão o prazo de abril a julho
para serem regularizadas;
Merenda
escolar
O governo está
enviando os estoques que possui e deve regularizar, em abril, a aquisição e
distribuição das novas remessas;
Reforma
nas escolas
No que diz respeito
ao convênio com o BID, a SEDUC respondeu que está em processo de estruturação
de projetos que possam viabilizar a materialização dos recursos do banco, sendo
que está implementando reformas e novas construções em 25 unidades. Entendemos
que pela morosidade de se captar recursos do BID e trâmites burocráticos do
processo, o governo já justifica que muitas escolas continuarão com problemas
em suas estruturas físicas;
Lotação
2015
O Sintepp pontuou que
a orientação sobre a lotação de 2015 encaminhada pela Seduc para as escolas
aponta para um processo de início de ano letivo conturbado, uma vez que irá
reduzir remuneração do professor devido à exigência de se lotar no máximo 150h
de regência, bem como os alunos ficarão sem aulas uma vez que os professores
não poderão extrapolar carga horária.
Fomos bastante incisivos neste ponto, uma
vez que o governo não realizou concurso público para tanto. O governo
inicialmente tentou transferir responsabilidades para as direções de escolas,
no entanto teve que reconhecer que suas orientações foram equivocadas. Neste
sentido ficou acordado que no mês de março não haverá mudança de lotação,
assegurando a mesma remuneração de 2014 e que a Seduc enviará nova orientação
às escolas permitindo a extrapolação de carga horária, desde que haja
necessidade de professores;
Pagamento
do Piso de 2015
O governo apresentou
um conjunto de dificuldades orçamentárias, lei de responsabilidade fiscal, além
de outros discursos desta natureza. O mesmo apresentado de forma orquestrada
por todos os prefeitos e os governadores, citando a crise econômica. Com tudo o
governo informou que pagará o piso a partir de abril e que até o dia 15 do
referido mês, apresentará uma proposta de pagamento parcelado do retroativo.
Os demais pontos no
tocante as reivindicações econômicas (atualização do PCCR, reajuste do auxilio
alimentação, PCCR unificado e outros) ficaram para serem discutidos em abril.
O Sintepp convoca
todos os trabalhadores em educação para a grande marcha em defesa da educação
pública que ocorrerá no próximo dia 19/03, com concentração em Belém a partir
das 9h, na Praça da Leitura (São Brás). No dia 20 a categoria reunirá em
assembleia geral para avaliar o indicativo de greve.
Mesmo diante das
justificativas do secretário de Educação de que está assumindo recentemente a
pasta, o Sintepp lembra que o governo não é novo, portanto deveria ter solução
para os problemas da educação. Por isso a presença de todos na paralisação de
19.03 e na assembleia do dia 20 é mais do que necessário. Não podemos permitir
que o governo retire deliberadamente nossos direitos.
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